Veio para o que era seu, e os seus não o receberam [Parte II]

Esse servo “Israel” fez-se carne na pessoa de Jesus Cristo. Desde o momento do seu nascimento, ele reencenou a história de Israel, descendo ao Egito para que pudesse ser o verdadeiro filho a quem Deus chamou do Egito (Mateus 2.15, citando Oséias 11.1). Assim como Israel passou pelo Mar Vermelho, Jesus passou pelas águas do batismo (Mateus 3) antes de ser levado para o deserto, onde enfrentou e venceu as mesmas tentações que Israel falhou em suportar (Mateus 4). No início de seu ministério, Jesus leu em alta voz Isaías 61.1-2, declarando que a Escritura havia se cumprido na presença de seus ouvintes (Lucas 4.18-19): ele era o próprio Servo sobre quem repousava o Espírito de Deus. Como o novo Israel, Jesus cumpriu perfeitamente as exigências da lei. A nova aliança que Jeremias antecipara foi estabelecida no seu sangue (Lucas 22.20). Jesus cumpriu o plano original de Deus para a santidade humana, assim encarnando pessoalmente o novo Israel que os profetas vislumbraram.

Uma vez que Jesus Cristo é ele mesmo o novo Israel, todos aqueles que são unidos a ele pela fé são também incorporados ao Israel de Deus (Gálatas 6.16). Ele é a videira verdadeira, a clássica imagem do Antigo Testamento para Israel, e nós somos seus ramos (João 15). Porque Cristo é a viva pedra angular da casa de Deus, aqueles que são unidos a ele se tornam pedras vivas naquela casa (1 Pedro 2.4-5) e podem ser descritos pela mesma terminologia que descrevia Israel no Antigo Testamento: em Cristo, nós somos “raça eleita, sacerdócio real, nação santa” (1 Pedro 2.9-10).

Ser parte desse Israel da nova aliança, portanto, não é uma questão de descender fisicamente de Abraão, mas, em vez disso, partilhar do arrependimento e da fé de Abraão (Lucas 3.8). O novo povo de Deus inclui tanto judeus como gentios (Gálatas 3.28), uma vez que ambos são enxertados na nova oliveira, Cristo/Israel (Romanos 11.17-24). Isso não significa que Deus se esqueceu das suas promessas àqueles que descendem fisicamente de Abraão (Romanos 11.1). Certamente não. Mas nem todos os que descendem fisicamente de Israel são parte do novo Israel (Romanos 9.6). A restauração de Israel prometida nos profetas é realizada à medida que o evangelho é pregado em Jerusalém e na Judéia (o reino do sul), em Samaria (o reino do norte) e até os confins da terra, assim finalmente trazendo a luz de Deus aos gentios (Atos 1.8).

No livro do Apocalipse, João ouve o povo de Deus ser descrito como um grupo de 144.000 composto das doze tribos de Israel (Apocalipse 7.4-8). Contudo, ao olhar novamente, ele descobre que o mesmo grupo era uma multidão incontável de toda tribo e nação (Apocalipse 7.9-12). A noiva do Senhor, a imagem usada no Antigo Testamento para Israel, é a Igreja, a qual um dia não mais estará maculada por seu pecado, mas estará lindamente adornada para o seu esposo (Apocalipse 21.2). Naquele dia, o propósito e o plano original de Deus para Israel – ter um povo unido e santo para pertencer a si mesmo – finalmente se cumprirão no casamento de Cristo com a sua Igreja


Por: Iain Duguid. © 2012 Ministério Ligonier. Original: The Church and Israel in the Old Testament.
Este artigo faz parte da edição de outubro de 2012 da revista Tabletalk.
Tradução: Vinícius Silva Pimentel. Revisão: Vinícius Musselman Pimentel. © 2014 Ministério Fiel. Todos os direitos reservados. Website: MinisterioFiel.com.br. Original: A Igreja e Israel no Antigo Tesamento.i
Veio para o que era seu, e os seus não o receberam [Parte II] Veio para o que era seu, e os seus não o receberam [Parte II] Reviewed by ADKOnline on quinta-feira, junho 04, 2015 Rating: 5

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