O lugar seguro

Alguns dias atrás, fui à casa da minha mãe, mas não fiquei lá por muito tempo, só o suficiente para almoçar, trocar uma ideia com meu pai e dar uma passadinha no serviço da minha mãe. Logo depois fui ao ponto a fim de pegar o ônibus para voltar para casa.

Como é de costume em Guarapari, você espera muito tempo por um ônibus (no bairro Praia do Morro), então fiquei observando o movimento ao redor: muitos carros, prédios, uma pizzaria e casa de massa chamada “VANETTO”, mas essas coisas são apenas detalhes.

O que mais me chamou a atenção foram os pombos que disputavam um pedaço de pão próximo de onde eu estava. À medida que eles beliscavam aquela massa que estava na calçada, ela era arremessada para frente ou para trás. Enquanto isso, outros pombos foram chegando para disputar aquele alimento.

Nesse belisca de um lado, belisca de outro, o pão começou a sair da calçada, que teoricamente, era um lugar seguro e foi para o asfalto, onde eles estavam expostos a um certo risco. E isso foi se repetindo até eles chegarem ao meio da rua. Como essa avenida é a principal via de retorno a Muquiçaba o fluxo de carro era grande, e alguns vendo a aglomeração no asfalto, reduziam a velocidade, outros aumentavam. O certo é que o foco dos pombos era o pão, e dali eles não saíam, mesmo correndo o risco de serem esmagados por um veículo.

A cena que naquele momento eu estava presenciando, me levou a perceber que, muitas vezes, um pedaço de pão tem nos cegado e nos colocado em situações de risco muito grande, tanto no campo espiritual quanto no físico.

Eu não sei como é o ciclo alimentar dos pombos, mas acredito que aquele alimento não era importante, até mesmo pela hora e porque a todo o momento estão comendo. Agora pare para refletir: aquele momento que na sua concepção não tinha nada a ver, mas que acabou tirando o seu foco e está o afastando de Deus, é como aquele pedaço pão.

Aquilo que te seduziu ou ainda te seduz, faz com que o tempo vá passando e você começa a deixar o lugar seguro, indo assim para a beira do asfalto. Mesmo não se dando conta, porque já perdeu o foco, você caminha mais um pouco e logo está completamente cego, dançado com o perigo.

Fora do lugar seguro, há muitos querendo te esmagar, acabar com você. Ei! É hora de acordar, antes que você seja atraído e traído por um simples e “inofensivo” pedaço de pão.

Por: Jó Souza 

Revisão: Josafá Santos