Geremias do Couto [Entrevista]

É com muita satisfação que damos início a esse quadro de entrevistas aonde abordaremos assuntos pertinentes à Juventude Cristã em nossos dias e temos a honra de começar esse quadro entrevistando o Pr. Geremias do Couto.

Entrevista de: Lucimauro Marques

Quem é Geremias do Couto?

Pastor, escritor, jornalista e conferencista, casado com a prof.ª: Débora Couto, ex-aluno do Instituto Bíblico das Assembleias de Deus em Pindamonhangaba, SP, foi evangelista associado à Cruzada Boas Novas, presidida pelo Rev. Bernhard Johnson, segundo vice-presidente da UMADER – União de Mocidade das Assembleias de Deus do Estado do Rio, fez parte da equipe de redatores dos periódicos da CPAD e de seu Departamento de Escola Dominical e foi missionário entre o povo de língua portuguesa, nos Estados Unidos da América, onde ajudou a plantar novas igrejas e dirigiu o Instituto Bíblico Canaã, a primeira instituição do gênero em língua portuguesa no país do norte.

A partir de qual idade o Sr se sentiu vocacionado para fazer a obra do SENHOR?

Cresci em lar evangélico. Todavia, por volta dos meus quatro/cinco anos, enquanto o meu pai pregava no púlpito da AD em Três Rios, RJ, sob o seu pastorado, senti o toque do Espírito Santo e naquela noite de quarta-feira tomei a decisão de seguir a Cristo por toda a minha vida. Desde então, a chama sempre ardeu em meu coração. Embora tenha tido uma adolescência tumultuada para os padrões conservadores da época, nunca perdi a fé no Senhor. Aos 17 anos fui para o Instituto Bíblico de Pindamonhangaba, SP, e até hoje continuo envolvido na obra para a qual fui chamado.

Como o Sr. relacionaria os desafios que o Jovem Cristão tinha em sua época junto aos que enfrentamos hoje?

A perda de referenciais da sociedade pós-moderna, a valorização do relativismo em detrimento da verdade, a diversificação religiosa (e evangélica também), a cópia pura e simples de modelos equivocados, tudo isso se constitui, a meu ver, em grandes desafios para os jovens cristãos de hoje. O oba-oba predomina sobre o ensino de maneira que os jovens acabam por construir alicerces frágeis para enfrentar o mundo.

Na sua opinião existe idade certa para o jovem namorar?

Essa é uma pergunta que não pode ter uma resposta pronta e acabada. É óbvio que namorar cedo demais faz com que o jovem perca os anos "dourados" de sua vida. Creio que o namoro deve ser fruto da maturidade na juventude, quando se tem condições de dar o correto sentido a essa busca pelo cônjuge e de assumir as responsabilidades do casamento.

Visto a sua vasta experiência com itinerância, o Sr. acha que a Assembleia de Deus no Brasil tem desenvolvido trabalhos que supram essa necessidade que o jovem tem de ser ajudado em diversas áreas da sua vida: Como, namoro, sexo, casamento e profissão?

Embora com os muitos recursos que dispomos, acho que, como igreja, ainda falhamos muito nessa área. Valorizamos muito as reuniões de massa, os cultos de celebração, as reuniões de grande porte, mas pouco contribuímos para a formação dos crentes, sobretudo a juventude. É preciso investir mais, ter obreiros preparados e oferecer a cada segmento da igreja treinamento para lidarem com as mais diferentes áreas da vida.

Partindo de qual necessidade o Sr. deu a sugestão de uma terceira via na CGADB? Como nasceu essa ideia em seu coração?

A ideia nasceu pelo que estamos vendo acontecer, hoje, no âmbito da CGADB. Esperava-se que o atual presidente promovesse o Centenário para celebrar a unidade. Mas o que vimos foram celebrações fragmentadas. Tivemos o episódio da Bíblia Dake, em que a CPAD deixou de respeitar duas resoluções terminativas aprovadas pelo Conselho de Doutrina e pela Comissão de Apologética. De outro lado, o candidato que concorreu nas duas últimas eleições, buscou caminhos inapropriados, a meu ver, para uma instituição de caráter cristão, recursos esses de lançou mão, também, a atual presidência. Ou seja, precisamos resgatar valores, princípios, e trazer a CGADB para o rumo. A Terceira Via nasceu como resultado de tudo isso. É fruto de um desejo acentuado de ver a CGADB a serviço do Reino de Deus, e não o contrário.

Como o Sr analisaria a vida do Jovem hoje, visto que seremos a Igreja de amanhã?

Quando eu leio que uma conferência, como a realizada pela Fiel há pouco mais de duas semanas, teve público predominantemente jovem, tanto em presença física, para ouvir os preletores, como também nas redes virtuais, que transmitiram em tempo real, isso me anima a acreditar que a Igreja de amanhã estará bem servida com esses mesmos jovens que fazem a Igreja de hoje, embora muitos estejam buscando caminhos que não agradam a Deus.

O ADKJovem agradece pela atenção e carinho disponibilizada pelo Pr. Geremias que prontamente nos atendeu compartilhando assim a sua vasta experiência dentro do Evangelho.